segunda-feira, 10 de maio de 2021

Diferenças entre conscientização e engajamento(1)




Não saber essa distinção implica em, mais tarde, aplicar atividades e executar ações que não estão adequadas para o alcance do resultado esperado. Ao aplicar ações sem clareza disso, há 2 caminhos comuns:

1.   não conseguir mensurar se a ação deu resultado, afinal você não tinha clareza de qual resultado você buscava;

2.   não ver os efeitos da ação porque ela não atingiu o resultado que você esperava (afinal, você aplicou uma ação com um propósito diferente do resultado esperado).

Perceba que em ambos você vai se frustrar e acreditar que conscientização e engajamento são coisas de outra galáxia. Então, com este artigo, espero conseguir esclarecer o que cada coisa é (ou o que não é), contribuindo para você planejar melhor as ações aí da sua empresa.

O que é conscientização

Para entender melhor o que é conscientização, vamos ver o que diz a ISO 9000:2015 (Sistemas de gestão da qualidade — Fundamentos e vocabulário):

2.2.5.4 Conscientização

A conscientização é alcançada quando as pessoas entendem suas responsabilidades e como suas ações contribuem para a realização dos objetivos da organização.

Mais à frente, vou falar um pouco sobre o problema da falta de ações. Vide Qualidade Filosófica no próximo capítulo. Por hora, pensando nisso, a conscientização pode ser considerada bastante filosófica, afinal, trata exclusivamente do “porque” de executarmos as coisas. Aqui, não se instiga o envolvimento com as atividades e com a empresa em si.

Segundo o item da ISO, a consciência é alcançada quando as pessoas entendem por que elas fazem as coisas. Nessa compreensão está, por exemplo, a influência das ações das pessoas sobre outros processos e áreas, bem como sobre a satisfação do cliente.

Assim, em síntese: ser consciente é entender como as minhas ações contribuem para realização dos objetivos da organização.

O que é engajamento

Igualmente, para entender o que é engajamento, vejamos a 9000:2015:

3.1.4

engajamento

envolvimento (3.1.3) em, e contribuição para, atividades que visem atingir objetivos (3.7.1) comuns

Um “grande problema” que tenho tratado bastante no blog é a questão da Qualidade Filosófica. Nela, as pessoas tendem a achar que a qualidade é uma filosofia impalpável de vida. Algo meio abstrato e transcendental que fica por aí mesmo.

Com o engajamento, acontece a mesma coisa. As pessoas tendem a avaliar engajamento como uma paixão avassaladora pela empresa. Um amor incondicional que as faz transbordar de alegria e felicidade no trabalho. Porém, engajamento é ação, não emoção!

Segundo a definição da ISO 9000, engajar-se é se envolver e contribuir em atividades que ajudem a empresa atingir os objetivos. É claro que gostar do lugar que você trabalha é importante, que amar e “vestir a camisa da empresa” é algo que todos buscam.

Entretanto, se incentivamos esse “amor” sem ações, sem atividades que visem atingir objetivos da empresa, na verdade, estamos caindo na armadilha do puxa-saquismo…

A armadilha do puxa-saquismo

Eu usei a palavra “armadilha” porque, às vezes, o puxa-saquismo nem mesmo é falha de caráter das pessoas, mas um erro de direcionamento da própria organização.

Quando a empresa escolhe reconhecer a paixão do colaborador pela marca e não as ações dele para com os objetivos, por exemplo, está incentivando o puxa-saquismo.

Quando a empresa estimula engajamento sem focar nas ações, sem mostrar o que se espera das pessoas em seus processos e atividades diárias, está incentivando o puxa-saquismo.

Quando a empresa deixa de punir ou repreender algum erro porque o colaborador é “engajado”, está com certeza incentivando o puxa-saquismo.

Aqui, para finalizar esse pequeno tópico, deixo uma dica: reconhecer ações é uma poderosa arma para engajar as pessoas. (Algo que, infelizmente, não acontece muito, segundo a nossa pesquisa “Cenário da Qualidade no Brasil em 2019”).


FONTE:https://blogdaqualidade.com.br/

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