Não saber essa distinção implica em,
mais tarde, aplicar atividades e executar ações que não estão adequadas
para o alcance do resultado esperado. Ao aplicar ações sem clareza disso, há 2
caminhos comuns:
1. não conseguir
mensurar se a ação deu resultado, afinal você não tinha clareza de
qual resultado você buscava;
2. não ver os efeitos
da ação porque ela não atingiu o resultado que você esperava (afinal, você
aplicou uma ação com um propósito diferente do resultado esperado).
Perceba que em ambos você vai se
frustrar e acreditar que conscientização e engajamento são coisas de outra
galáxia. Então, com este artigo, espero conseguir esclarecer o que cada coisa é
(ou o que não é), contribuindo para você planejar melhor
as ações aí da sua empresa.
O que é conscientização
Para entender melhor o que é
conscientização, vamos ver o que diz a ISO 9000:2015 (Sistemas
de gestão da qualidade — Fundamentos e vocabulário):
2.2.5.4 Conscientização
A conscientização é alcançada quando as pessoas
entendem suas responsabilidades e como suas ações contribuem para a realização
dos objetivos da organização.
Mais à frente, vou falar um pouco
sobre o problema da falta de ações. Vide Qualidade
Filosófica no próximo capítulo. Por hora, pensando nisso, a
conscientização pode ser considerada bastante filosófica, afinal, trata
exclusivamente do “porque” de executarmos as coisas. Aqui, não se instiga o
envolvimento com as atividades e com a empresa em si.
Segundo o item da ISO, a
consciência é alcançada quando as pessoas entendem por que elas fazem as coisas.
Nessa compreensão está, por exemplo, a influência das ações das pessoas sobre
outros processos e áreas, bem como sobre a satisfação do cliente.
Assim, em síntese: ser consciente é
entender como as minhas ações contribuem para realização dos objetivos da
organização.
O que é engajamento
Igualmente, para entender o que é
engajamento, vejamos a 9000:2015:
3.1.4
engajamento
envolvimento (3.1.3) em, e contribuição para,
atividades que visem atingir objetivos (3.7.1) comuns
Um “grande problema” que tenho
tratado bastante no blog é a questão da Qualidade Filosófica. Nela,
as pessoas tendem a achar que a qualidade é uma filosofia
impalpável de vida. Algo meio abstrato e transcendental que fica por aí mesmo.
Com o engajamento, acontece a mesma
coisa. As pessoas tendem a avaliar engajamento como uma paixão avassaladora
pela empresa. Um amor incondicional que as faz transbordar de alegria e
felicidade no trabalho. Porém, engajamento é ação, não emoção!
Segundo a definição da ISO 9000,
engajar-se é se envolver e contribuir em atividades que ajudem
a empresa atingir os objetivos. É claro que gostar do lugar que você trabalha é
importante, que amar e “vestir a camisa da empresa” é algo que todos buscam.
Entretanto, se incentivamos esse
“amor” sem ações, sem atividades que visem atingir objetivos da
empresa, na verdade, estamos caindo na armadilha do puxa-saquismo…
A armadilha do puxa-saquismo
Eu usei a palavra “armadilha” porque,
às vezes, o puxa-saquismo nem mesmo é falha de caráter das pessoas, mas um erro
de direcionamento da própria organização.
Quando a empresa escolhe reconhecer a
paixão do colaborador pela marca e não as ações dele para com os objetivos, por
exemplo, está incentivando o puxa-saquismo.
Quando a empresa estimula engajamento
sem focar nas ações, sem mostrar o que se espera das pessoas em seus processos
e atividades diárias, está
incentivando o puxa-saquismo.
Quando a empresa deixa de punir ou
repreender algum erro porque o colaborador é “engajado”, está com certeza
incentivando o puxa-saquismo.
Aqui, para finalizar esse pequeno
tópico, deixo uma dica: reconhecer ações é uma poderosa arma para engajar as
pessoas. (Algo que, infelizmente, não acontece muito, segundo a nossa
pesquisa “Cenário da Qualidade no Brasil em 2019”).
FONTE:https://blogdaqualidade.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário