Em um de seus poemas mais conhecidos, o poeta Carlos Drummond de Andrade fala-nos de uma pedra: “tinha uma pedra no meio do caminho”. Eis o poema na íntegra:
O que seria esta pedra no meio do caminho do poeta? Não sabemos. Porém esta metáfora (comparação figurada) é também de uso popular. Às vezes a gente diz que tem uma pedra no nosso caminho, tem uma pedra no sapato, etc. É uma comparação que se refere a problemas que enfrentamos, a obstáculos que não nos deixam conquistar coisas que queremos, etc.
É interessante que nos relatos bíblicos desses acontecimentos também aparece com muita força a figura da pedra. Primeiramente no relato de sua morte: Ele foi colocado em uma gruta numa montanha, conforme era o costume de se enterrar as pessoas na época e foi colocada uma grande pedra na entrada dessa gruta para guardar o sepulcro. Leia o relato do Evangelho de Marcos 15:46:
“Este (refere-se a José de Arimatéia), baixando o corpo da cruz, envolveu-o em um lençol que comprara e o depositou em um túmulo que tinha sido aberto numa rocha; e rolou uma pedra para a entrada do túmulo.”
Podemos dizer figuradamente que esta pedra dividia a vida e a morte. Jesus morto. A pedra o separava da vida. Por outro lado, porém, para os seus discípulos e todos os que Nele acreditavam talvez aquela pedra representasse morte. A esperança acabara. Deixaram suas vidas normais para segui-lo. E agora, com sua morte, era a morte. Era o fim. Não havia mais esperança.
O relato bíblico, porém, não pára por ai. Ele diz que:
“Passado o sábado, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé, compraram aromas para irem embalsamá-lo. E, muito cedo, no primeiro dia da semana, ao despontar do sol, foram ao túmulo. Diziam umas às outras: Quem nos removerá a pedra da entrada do túmulo? E, olhando, viram que a pedra já estava removida; pois era muito grande.” (Marcos 16.1-4)
Rev. Luiz Eduardo Prates da Silva
Coordenador da Pastoral Universitária e Escolar
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