quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

Perguntas de um trabalhador que lê


Quem construiu Tebas, a cidade das sete portas?
Nos livros estão nomes de reis;
Os reis carregaram as pedras?
E Babilônia, tantas vezes destruída,
Quem a reconstruía sempre?
Em que casas da dourada Lima viviam aqueles que a construíram?
No dia em que a Muralha da China ficou pronta,
Para onde foram os pedreiros?
A grande Roma está cheia de arcos-do-triunfo:
Quem os erigiu? Quem eram aqueles que foram vencidos pelos césares?
Bizâncio, tão famosa, tinha somente palácios para seus moradores?
Na legendária Atlântida, quando o mar a engoliu, os afogados continuaram a dar ordens a seus escravos.
O jovem Alexandre conquistou a Índia.
Sozinho?
César ocupou a Gália.
Não estava com ele nem mesmo um cozinheiro?
Felipe da Espanha chorou quando sua armada naufragou. Foi o único a chorar?
Frederico 2º venceu a Guerra dos Sete Anos.
Quem partilhou da vitória?
A cada página uma vitória.
Quem preparava os banquetes?
A cada dez anos um grande homem.
Quem pagava as despesas?
Tantas histórias,
Tantas questões



(Berthold Brecht, 1935)

terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Ensino remoto: o que aprendemos e o que pode mudar?

 O ensino remoto caiu de paraquedas em boa parte das instituições de ensino no começo do ano. Antes, as aulas eram totalmente presenciais, e mesmo que algumas escolas utilizassem meios tecnológicos para ensinar, esses meios ainda não eram uma regra geral.Por isso, quando nos vimos em um distanciamento social, foi preciso mudar muitos aspectos para nos adaptarmos à novidade. Por exemplo, o Conselho Nacional de Educação aprovou um parecer que possibilitou o cômputo de horas não presenciais para cumprir a carga horária do ano letivo. E isso fez com que as escolas começassem o ensino remoto.Mas essa nova realidade trouxe cada vez mais questionamentos e transformações. E, agora, enquanto algumas escolas começam a reabrir as portas para as aulas presenciais, falamos sobre ensino híbrido.Ou seja: o ensino remoto se tornou uma realidade que veio para ficar. Entre benefícios e dúvidas, ele resolveu problemas importantes – e trouxe mais questionamentos.


O que o ensino remoto nos ensinou


Ainda que tenha sido uma surpresa para todos, a necessidade do ensino remoto é uma conclusão de algo que já vinha sendo falado há muito tempo: as escolas precisam utilizar a tecnologia em sala de aula.

Muitos professores sentiram isso na pele. Nas primeiras semanas, diversos profissionais usaram quadros brancos e o antigo modelo de sala de aula em suas classes on-line. Com o tempo, porém, foram percebendo que o efeito é diferente quando os alunos estão em suas próprias casas. A necessidade de mudança era clara.
Conhecendo novas ferramentas, utilizando sites diferentes e estudando sobre metodologias ativas, os professores começaram a repensar esse modelo de aula. De tal forma que, agora, muitos veem as grandes vantagens do ensino híbrido, especialmente para adolescentes.

Com o novo Ensino Médio com diferentes itinerários e projetos de vida, utilizar componentes tecnológicos possibilita muitos novos caminhos.Além disso, o acesso à informação ajuda a criar um ambiente de pesquisa e debate que desenvolve as competências mais importantes para o futuro, como o pensamento crítico e a criatividade.Assim, o ensino remoto se tornou uma grande ferramenta para auxiliar os alunos a se prepararem da melhor forma para o futuro, desenvolvendo habilidade essenciais e pensando no mundo como ele é agora, e não como costumava ser.Por outro lado, essa nova realidade também demonstrou fatos impactantes que mostram a desigualdade em termos de tecnologia.


O ensino remoto é para todos?


A relação dos adolescentes com a internet é um interessante objeto de estudo. Enquanto quase todos utilizam a rede diariamente para pesquisas, ler, conversar, assistir filmes ou séries, são poucos (57%) que participam ativamente, postando textos, imagens ou vídeos que eles mesmos fizeram. Ou seja, quando se trata de internet, eles estão acostumados a serem expectadores passivos.


Esse não foi o único problema que o ensino remoto nos mostrou. Na verdade, foi o menor entre eles. O grande problema é que o acesso à internet não é igualitário.


Entre alunos de escolas estaduais urbanas, 33% não têm computadores ou tablets em casa. Nesse mesmo grupo, 19% acessam a internet exclusivamente pelo celular. Quando falamos de escolas particulares, no entanto, o número cai para 3%. Levando em consideração que, entre os alunos que usam tablets e computadores, muitos não fazem isso em casa, mas sim na escola. Como fica essa situação com o ensino remoto?


A resposta não é simples. Assim como as escolas, os alunos também tiveram que encontrar meios para se adaptarem. Muitos pegaram computadores emprestados. Outros, usaram os dispositivos oferecidos por ONGs. Alguns assistem as aulas pelo celular dos pais e, outros, ganharam o próprio celular.


Porém, a questão continua: se vamos continuar com o ensino remoto, é preciso encontrar uma solução efetiva. Políticas públicas que tragam a tecnologia para as escolas são essenciais. Em muitos países, o acesso à internet já é considerado um direito básico. E quando pensamos nesse cenário, podemos entender o porquê.


A Faz Educação acredita em um ensino remoto inclusivo, que dê as mesmas oportunidades para todos os alunos. Venha conhecer nossas soluções educacionais no site!


Aproveite e entenda quais são e como as novas tecnologias para o novo normal na educação podem fazer a diferença!