Pais e familiares esperam até quatro dias em uma fila para conseguir matricular alunos em uma escola pública no Bairro Antônio Bezerra, em Fortaleza. O desempregado Francisco José de Sousa está desde sábado (25) na frente da Escola Estadual Patronato Sagrada Família para garantir a vaga da filha de 14 anos no 8º ano. “Fico durante a noite e minha mulher e filha revezam durante o dia”, explica o pai. O muro da escola anuncia que as vagas são limitadas: 56 para o 7º ano; nove para o 8º; e 12 para o 9º ano.“Trouxemos salgados, pão, lençol, cobertor e toalha”, afirma Maria Lucia Vasconcelos, que passa a noite acordada em frente à escola. O garoto de 11 anos Francisco Kaian pretende conseguir uma vaga no 8º ano e reserva com o pai e a tia o lugar na fila. “Estudava em escola particular e agora vim para a pública porque meu pai precisava de dinheiro para reformar o salão em que trabalha. Tenho certeza que vou conseguir a vaga porque sou o número sete da fila”, afirma o garoto.Alguns alunos permanecem na fila mesmo sem saber se vão conseguir vagas. “Estou arriscando porque nessa escola só tem nove vagas. Meu pai vem mais tarde ficar no meu lugar”, diz o estudante Danrlei Mota. Mães sugerem alternativas para evitar o transtorno. “Se entregassem uma senha, todo mundo esperava em casa e só vinha no dia do matrícula”, sugere a mãe Vitória Régia.
Segundo a secretaria de educação do Estado (Seduc), o início das matrículas foi adiado para esta quarta-feira (29), mas algumas escolas como a Patronato Sagrada Família mantiveram a data prevista inicialmente, no dia 27 de fevereiro. Ainda de acordo com a Seduc, os pais foram orientados que não há necessidade de fazer filas e que as vagas são disponibilizadas para atender a todos os alunos.
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